ANÁLISE DE OBRA DE ARTE
EXPRESSIONISTA
O Grito (no original Skrik) é uma série de quatro
pinturas do norueguês Edvard Munch, a mais célebre das quais datadas de 1893. A
obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e
desespero existencial. O plano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr
do Sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento
expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural, a par da Mona Lisa de
Leonardo da Vinci.
A série tem quatro pinturas conhecidas: duas na
posse do Museu Munch, em Oslo, outra na Galeria Nacional de Oslo, e outra em
coleção particular. Em 2012, esta última tornou-se a pintura mais cara da
história a ser arrematada, num leilão, por 119,9 milhões de dólares.
A fonte de inspiração de O Grito pode ser
encontrada na vida pessoal do próprio Munch, um homem educado por um pai
controlador, que assistiu quando criança à morte da mãe e de uma irmã. Decidido
a lutar pelo sonho de se dedicar à pintura, Munch cortou relações com o pai e
integrou a cena artística de Oslo. A escolha não lhe trouxe a paz desejada, bem
pelo contrário. Munch acabou por se envolver com uma mulher casada que só lhe
trouxe mágoa e desespero e no início da década de 1890, Laura a sua irmã
favorita, foi diagnosticada com doença bipolar e internada num asilo
psiquiátrico. O seu estado de espírito está bem patente nas linhas que escreveu
no seu diário:
“Passeava com dois amigos ao pôr do sol – o
céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a
mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a
cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade –
e senti o grito infinito da Natureza.”
Munch imortalizou esta impressão no quadro O
Desespero, que representa um homem de cartola e meio de costas, inclinado sobre
uma vedação num cenário em tudo semelhante à da sua experiência pessoal. Não
contente com o resultado, Munch tentou uma nova composição, desta vez com uma
figura mais andrógina, de frente para o observador e numa atitude menos
contemplativa e mais desesperada. Tal como o seu percursor, esta primeira
versão d’O Grito recebeu o nome de O Desespero. Segundo um trabalho de Robert
Rosenblum (um especialista da obra do pintor), a fonte de inspiração para esta
figura humana estilizada terá sido uma múmia peruana que Munch viu na exposição
universal de Paris em 1887.
O quadro foi exposto pela primeira vez em 1903,
como parte de um conjunto de seis peças, intitulado Amor. A ideia de Munch era
representar as várias fases de um caso amoroso, desde o encantamento inicial a
uma rotura traumática. O Grito representava a última etapa, envolta em
sensações de angústia.
A recepção crítica foi duvidosa e o conjunto Amor
foi classificado como arte demente (mais tarde, o regime nazista classificou
Munch como artista degenerado e retirou toda a sua obra em exposição na
Alemanha). Um crítico considerou o conjunto, e em particular O Grito, tão
perturbador que aconselhou mulheres grávidas a evitar a exposição. A reação do
público, no entanto, foi a oposta e o quadro tornou-se em motivo de sensação. O
nome O Grito surge pela primeira vez nas críticas e reportagens da época.
Munch acabou por pintar quatro versões de O Grito,
para substituir as cópias que ia vendendo. O original de 1893 (91x73. 5 cm),
numa técnica de óleo e pastel sobre cartão, encontra-se exposto na Galeria
Nacional de Oslo. A segunda (83,5x66 cm), em têmpera sobre cartão, foi exibida
no Museu Munch de Oslo até ao seu roubo em 2004. A terceira pertence ao mesmo
museu e a quarta era propriedade de um particular, até ser arrematada em um
leilão da Sotheby's, em maio de 2012. Para responder ao interesse do público,
Munch realizou também uma litografia (1900) que permitiu a impressão do quadro
em revistas e jornais.
Nome da obra: O Grito
Autor Edward Munch
Ano 1893
Técnica Óleo sobre tela, Tempera e
Pastel sobre cartão.
Localização Galeria Nacional, Oslo.
Interpretação do quadro
Vemos ao fundo um céu de (cores quentes), em
oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica
do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas
ideias e não um retrato da realidade). Vemos que a figura humana também está em
cores frias, azul, como a cor da angústia e da dor, sem cabelo para demonstrar
um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão tortos, como se
reproduzindo o grito dado pela figura, como se entortando com o berro, algo que
reproduza as ondas sonoras. Quase tudo está torto, menos a ponte e as duas
figuras que estão no canto esquerdo. Tudo que se abalou com o grito e com a
cena presenciada está torto, quem não se abalou (supostamente seus amigos, como
descrito acima) e a ponte, que é de concreto e não é "natural" como
os outros elementos, continua reto.
A dor do grito está presente não só na personagem,
mas também no fundo, o que destaca que a vida para quem sofre não é como as
outras pessoas a enxergam, é dolorosa também, a paisagem fica dolorosa e talvez
por essa característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e
podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem. Inserindo-se o observador
no quadro, passa a ver o mundo torto, disforme e isso afeta diretamente a
participação do mesmo, de forma quase interativa, na obra.
Com a popularização da obra, O Grito tornou-se um
dos quadros mais reproduzidos da atualidade, não só em pôsteres como também em
canecas, canetas e porta-chaves. Nos anos 1980, Andy Warhol realizou uma série
de trabalhos dedicados à obra de Munch, incluindo uma releitura de O Grito. Em
1991, o muralista Robert Fishbone criou uma versão boneco inflável que vendeu
milhares de cópias em todo o mundo. Ghostface, o assassino psicopata da série
de filmes Pânico (Scream), esconde a sua identidade sob uma máscara inspirada
em O Grito. A mesma máscara aparece no filme Scary Movie, sátira de Scream. No
filme Looney Tunes de Volta a Ação, Pernalonga e Patolino entram no quadro e o
homem começa a gritar. Quando Pernalonga pisa no pé de Hortelino, ele grita
fazendo uma expressão igual a do quadro. O quadro apareceu duas vezes na série
Os Simpsons. A prim
eira foi na abertura do episódio Treehouse of Horror IV
(Casa da árvore dos horrores, parte IV, em português), exibido nos Estados
Unidos em 1993. A segunda vez ocorreu no episódio See Homer Run, de 2005, na
qual o roubo das duas versões da pintura foi satirizado. Sua aparição mais
recente foi na série da Disney Os Feiticeiros de Waverly Place, no episódio
"Art Museum Piece" (ou em português: Peça do Museu de Arte).
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O Grito.
Atividade de arte ->entregar até 30/07/2013->Valor:5,0 pontos
Baseando-se nos estudos sobre as vanguardas europeias,escolher uma das pinturas abaixo ou do movimento no qual o grupo apresentou seu trabalho e criar um leitura narrativa da obra e depois contextualizar seguindo modelo acima.
_ Obs: O trabalho pode ser individual ou em dupla.
_ Capa feita com cartolina dupla face preta e imagem da pintura na capa.
_Nome, numero, turma, turno, disciplina e nome do professor atrás da capa.
Reflita...
*A arte começa onde a imitação acaba.
Oscar Wilde
A inspiração existe, mas ela deve encontrá-lo trabalhando.
Pablo Picasso
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